quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
A ferrovia
A ferrovia
Os homens
Num garimpaço
Transformaram sucata
Em aço corroído
Virou salário
Virou comida
Até trabalho
La foi o trem
Para usina do aço
Já não ouço apitar
Nas curvas vazias
Que a mata fechou
Onde o povo invadiu
Loteamento formou
Na espinha dorsal
Encravada na serra
Apodrece na terra
O esqueleto vazio
Arrancada por completo
Nem os pregos ficaram
Nas pedras soltas
Sobraram mordentes
Da cor do carvão
Histórias inexatas
Quem levou foi o trem
O gigante de aço
Atravessou a retina dos olhos
Nas águas dos desejos
Em relampejos de sonhos
Naquele norte inda vejo
Minha infância que segue
Na longa curva se foi
Com o apito do trem
Luiz D Salles
Poeminimos
Grito silencioso
Ofegante suicídio
Da raça humana
**
A chuva ameaça
Formigas apressadas
Como a voz do Poe/ma
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Nos campos
Floresce cupinzeiros
Cheios de vida
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Instinto
Nuvens de pássaros
Plantações de arroz
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Viajante
Na sombra da nuvem
Pássaro descansa
**
[ A Clevane Pessoa & José Geraldo Neres ]
Nas folhas
Pousam pássaros
Poesias de algodão
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Mãos
Lápis desenha
Sons de asas
Revoada
**
Seres @
Ao redor do útero
O espião escuta
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Migrantes
Como cada amanhecer
Pássaros ciganos
Permeiam o destino dos homens
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Incolor
Há almas
Brancas amarelas negras
Puras não tem cor
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Estação erótica
Fim de tarde
O vento varre folhas
Outono beija árvores nuas
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Infância
Juá amarelo como o sol
Guardado Por sentinelas de espinhos
**
Modernismo
Relógios perderam o Tic TAC
Estão mudos
O futuro surdo
**
O mendigo
Há salvação
Da humanidade
Nas chagas de um homem
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